História da Quinta

A Quinta dos Sabores era uma antiga quinta de laranjas, com cerca de três hectares, reconvertida para a produção de hortícolas e frutícolas de qualidade.








Situada nos limites da Vila de Rabo de Peixe, na costa norte da ilha de São Miguel, ladeando a estrada regional n1 que liga as cidades de Ponta Delgada e da Ribeira Grande. A antiga quinta funcionava não só como núcleo produtor, mas sobretudo como centro de recolha, calibragem, embalamento e distribuição das produções de outras quintas e prédios (também de laranja), à época característicos dos Açores, e que ainda hoje caracterizam a zona das Alminhas de Rabo de Peixe. Isto passa-se entre a primeira e a sétima década do séc. XX.















Depois veio o fim das laranjeiras e a nossa Quinta «de Baixo» entrou numa fase algo conturbada, sem rumo à vista e à procura de viabilidade. Primeiro, na tentativa de fazer face ao problema, o nosso Tio Gouveia geriu durante anos, com sacrifício e empenho, «o fim da laranja». Depois, os meus pais que não tinham propriamente vida para isto, ainda assim se empenharam em tentar encontrar uma alternativa para a nossa quinta; as laranjeiras foram todas arrancadas e no seu lugar foram instaladas latadas de maracujá. 
A Quinta de Laranjas deu assim lugar a uma Quinta de Maracujás.











Ora, o maracujá é uma cultura muito sensível e com um ciclo relativamente longo, o que fez com que, passados pouco mais de 10 anos, os meus pais se apercebessem que só com maracujás a Quinta também não ia lá!
Eles aperceberam-se e nós também, que bem tentámos fazer maracujás durante ano e meio!
Mas apesar do desaire, esta foi a nossa primeira experiência com a agricultura e o seu trabalho... e nesse ano houve a faísca e o fogo pegou! O nosso «sócio» e amigo Sr. José, com os seus 60 anos de idade, resolveu arregaçar as mangas e, connosco – que, além de ignorantes na matéria, também tínhamos os nossos trabalhos – pôs-se a limpar o mato e a replantar o maracujá na quinta. Nesse ano o Sr. José deu-nos as bases, a garra e o sentimento da «coisa». Um mundo com o qual tínhamos convivido, usufruído, mas que pouco tínhamos vivido

Assim nasceu a Quinta dos Sabores, um verdadeiro projecto de vida, que consiste simplesmente em conseguirmos desenvolver diversas vertentes económicas a partir da nossa terra.











Começámos por recuperar a casa da quinta para nela morarmos. Construímos o nosso lar, a nossa base; a casa da nossa família. Depois, com a ajuda dos sistemas comunitários de apoio à agricultura, conseguimos dar o passo decisivo e fazer a mudança no sentido da agricultura e da recuperação produtiva deste espaço familiar. Optámos por desenvolver nestes três hectares de terreno uma agricultura diversificada, que nos permitisse estar em permanente produção, fugindo um pouco aos condicionalismos e riscos próprios de cada cultura. Ou seja «em havendo um azar, que não seja geral e absoluto. Que não se perca tudo!»

Dedicamos cerca de 7000 m2 à horticultura ao ar livre. Temos 2 corpos de estufas com 400m2 cada um, também dedicados à horticultura. 4000 m2 estão afectos a produção de tomate-capucho (cherry, physalis, ou cape goosberry).

Sendo este um projecto de vida e uma verdadeira paixão, é natural que as ideias não tenham fim e que os projectos de desenvolvimento estejam sempre em carteira. 
Ao fim de 13 anos, este projecto e sonho começaram a concretizar-se, construímos uma Oficina, onde para além de distribuirmos os nossos cabazes de legumes, utilizamos os nossos produtos na criação de ementas, que escolhidas por reserva, serão servidas no nosso restaurante ou em serviço de take away.

Comentários

  1. Gostei muito da forma como está contada esta história. Parabéns!

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  2. Hello Paulo and Inez and Pedro and Sara!
    We are Joy and Ric. We ate at Quinta dos Sabores on 10 May and 13 May 2016. The amazingly delicious and creative food, your beautiful farm and your dining room, and your warm welcome and perfect service made our dining experience at your restaurant among the best we have ever had. We plan to return someday and dine with you again! Warmest regards to all of you, Your friends, Joy Zimberlin and Ric Filiaci.

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